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Thursday 21 April 2011

Erick T'Osalá e Fundação Palmares



Ilê Babá Omi do Babalorisá Erick T'Osalá e Fundação Palmares-Ministério da Cultura


Criada em 1988, a Fundação Cultural Palmares é uma instituição pública vinculada ao Ministério da Cultura que tem a finalidade de promover e preservar a cultura afro-brasileira. Preocupada com a igualdade racial e com a valorização das manifestações de matriz africana, a Palmares formula e implanta políticas públicas que potencializam a participação da população negra brasileira nos processos de desenvolvimento do País.




Fruto do movimento negro brasileiro, a Fundação Cultural Palmares foi o primeiro órgão federal criado para promover a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra. Em seu planejamento estratégico, a instituição reconhece como valores fundamentais:




COMPROMETIMENTO com o combate ao racismo, a promoção da igualdade, a valorização, difusão e preservação da cultura negra;
CIDADANIA no exercício dos direitos e garantias individuais e coletivas da população negra em suas manifestações culturais;
DIVERSIDADE, no reconhecimento e respeito às identidades culturais do povo brasileiro.




Tornar-se referência nacional e internacional na formulação e execução de políticas públicas da cultura negra é uma das principais metas da Palmares, que atua em três eixos fundamentais para promover a inclusão da população afro-brasileira no rol de diretos previsto pela Constituição: o social e o artístico, e o de gestão da informação. Para guiar as três linhas macro de trabalho, criadas três estruturas administrativas: O Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro (DPA); O Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira (DEP); e o Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC).




PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL. A Palmares é responsável pela preservação do patrimônio cultural material e imaterial afro-brasileiros. Mas, para compreender o que isso significa, é necessário entender o conceito de cada um.




Patrimônio material são os bens culturais físicos, que podem ser acessados ou visitados. Segundo sua natureza, podem classificados em quatro grandes grupos:




a) arqueológico, paisagístico e etnográfico;
b) histórico;
c) belas artes;
d) artes aplicadas.




Estes quatro grandes grupos estão divididos em bens imóveis (núcleos urbanos e sítios arqueológicos, por exemplo) e móveis (coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos).




O Ilê Alaketu Babá Omi, visitado pelo Conselho Curador da Fundação e recebido pelo Babalorixá Erick de Oxalá, hoje faz parte da relação de referência de casas de Candomblé de São Paulo, pelo contexto de arte e cultura que nele se suprime.




Dessa forma, como o próprio Pai Erick de Oxalá menciona, estamos conseguimos agregar à nossa religião já tão perseguida mas ao mesmo tempo sempre muito rica em vivência e exemplo humanizado pelas nossas divindades.










O ILÊ BABÁ OMI é uma casa de candomblé fundada em São Paulo, de nação Ketu, presidida pelo Babalorixá Erick,que além da função sacerdotal,é escritor e historiador além de graduado em Fisioterapia e agora conclui seu curso de doutorado.




Confira no Site http://www.palmares.gov.br/?p=4809







Sunday 20 March 2011

O PÃO DE OGUN...

Foto- Babalorixá Erick de Oxoguiã e Orixá Ogun carregando
tabuleiro de pães,em festejo tradicional do Candomblé.


Na tradição brasileira, junho é mês de festa, quentão, quadrilha e de comemorar os dias de padroeiros queridos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Essas festas tão brasileiras têm uma origem remota. Antes do nascimento de Jesus Cristo, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que lá acontece em junho e marca o início da estação quente. Com o avanço do Cristianismo, a Igreja preservou e incorporou essas tradições também como forma de conseguir mais popularidade.


No Brasil, elas ganharam cores e sabores influenciados pelos índios e negros escravos, responsáveis pela mão-de-obra nas cozinhas, através de quitutes de milho, amendoim e mandioca, tapioca, paçoca, pé-de-moleque, entre outros. O mesmo ocorreu com relação ao sincretismo religioso entre o Catolicismo e o Candomblé, que associou o Santo guerreiro católico, ao Orixá guerreiro africano.


O inhame de Ogun, representa o pão de Santo Antonio, o “pão-nosso de cada dia.” Para os sertanejos, elas têm um significado muito importante, reforçando o sentido de união da comunidade. É com esse sentido que o pão/inhame, constitui um elemento inseparável de toda a devoção a Santo Antônio e a Ogun, independente de sua origem. Ele até se chama "Pão de Santo Antônio" ou "Pão de Ogun". Essa história remonta um fato curioso: Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido roubados. Atônito, foi contar ao santo (Antonio) o ocorrido. Este insistiu que o padeiro verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. Logo ele voltou estupefato e alegre dizendo que os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento!


Até hoje na devoção popular, o "pãozinho de Santo Antônio" é colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, latas de mantimento ou dentro dos armários onde se guarda comidas, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o que comer. O mesmo ocorre com os pães distribuídos nas festas do Orixá guerreiro. Ogunhê!!!

Wednesday 2 February 2011

A ARTE SACRA NO CANDOMBLÉ NA VISÃO DE PAI ERICK T'OSALÁ


O candomblé expressa nativamente sua religiosidade em manifestações musicais,em suas lendas,seus festejos, sua culinária, seus rituais e também em sua arte manual.
Por ser uma religião que tem lutado para manter seu legado de conhecimentos, em 1998 o babalorixá Erick T'osalá, de forma simples e preocupada começou a desenhar e registrar artisticamente a imagem dos deuses africanos em sua intimidade de detalhes e personalidade, com o objetivo de um dia algum artista poder esculpir em madeira ou qualquer outro material, essas idéias.
Chegando no nordeste brasileiro,pai Erick T'osalá conheceu um escultor de muita idade,Seu Antonio Santos.Artista esse escolhido para dar forma fiel à arte até então exposta em papel.
Aceitando o desafio, Seu Antonio trabalhou de forma ímpar e numa riqueza de autenticidade incontestável,traduzindo as obras religiosas em madeira de jaca e pau-brasil.
Todo o acervo de peças hoje está aos cuidados do babalorixá Erick T'Osalá,que possui praticamente todos os orixás esculpidos no Ilê Babá Omi, casa de candomblé situada em São Paulo.
Algumas peças já participaram de amostras internacionais e o próximo projeto é que três peças sejam expostas no Museu de arte aplicada de Viena-MAK.
Dessa forma a ideologia de manifestar a "arte sacra dos orixás" se realizou pela vontade de pai Erick,registrando assim o legado íntimo dos deuses orixás na sua visão particular e tradicional.


Na foto- Logum-edé, esculpido em pau-brasil, no ano de 2000.

Saturday 1 January 2011

Poesia de Três Rainhas



















Queridos amigos,Sacerdotes e iniciados do Candomblé.



Dessa vez eu , Babá Erick De Oxalá aqui escrevo, nessa primeira nota de 2011 desejando um novo ano de benção.


Um ano olhado pelas Yabás é um ano de contrastes, de reflexão e de ação... que Osún e Oyá honre a cabeça dos honestos e que Oxoguiã Ajaguna cobre das bocas mentirosas as promessas não pagas.



Olorun Kibasé ò!


Felicidade a todos!



Babá Erick de Oxalá- Ilê Babá Omi





Poesia de Três Rainhas



Vim do alto do Cantuá
Meu senhor
Tenho pena vermelha de Oxum e pilão que me protege.
Na feira das Sete Porteiras, tem em Salvador...
No mercado Modelo, todas as pencas de meu Rei
Tem caju, fubá,meu patuá.
Na lavagem, salve o Bonfim de todas as folhas .


Fui batizado em fevereiro, com Águas, flores e perfumes



Vim do alto do Cantuá


Ô senhor


Clareou o dia nessa cidade


Tem rechiliê, chita, renascença...


Dizem que naquela casa branca...


Com porrão de barro e laço prateado mora um prícipe menino



Mandou rodar acarajé, balançou palmeira e nem vi.


Água no mar, é maré cheia


Vento na minha mente me levou embora desse chão


E pra onde, não sei...


É pra onde, do além-mar, da ilha de maré




Vim do alto do Cantuá, de Barroca...


Ô senhor


Das águas, flores e perfumes


Minha argola de cobre,ganhei dessa senhora


O canto que me encanta te encanta


Quem me olhar na ladeira, há de me afortunar pra sempre



Meu coração é dessa mulher, é dessa esteira trançada


Do barro que me fez


Dessa coroa, real de prata,de ouro em pó


Quem não souber,olhe pra mim, Ô senhor


...sou filho príncipe de três rainhas, sim.


E do alto do Cantuá.


Erick de Oxalá