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Friday 24 December 2010

MÃE HILDA - Guardiã da tradição de axé.













MÃE HILDA JITOLU


Hilda Dias dos Santos, a mãe Hilda Jitolu, nasceu em Cosme de Farias (antiga Quinta das Beatas), em Brotas, bairro de Salvador. Aos treze anos, mudou-se para o Curuzu, onde cresceu, casou-se com Waldemar Benvindo dos Santos e teve seis filhos: Antônio Carlos, Dete Lima, Vivaldo Benvindo, Hildemária Georgina, Hildelice Benta e Hildelita. Hildelita faleceu aos nove anos de idade e Hildemária há três anos.


Mãe Hilda sempre ensinou aos filhos a importância e o respeito ao candomblé. Eles acompanharam desde criança os rituais, as festas e as obrigações. O primeiro deles, Antônio Carlos dos Santos, também conhecido como Vovô do Ilê, fundou o bloco Ilê Aiyê, é filho de Oxalá e ogan de Obaluayê.


A segunda filha, Dete Lima, é ekédi de Oxum, confirmada há 22 anos. Dete Lima também ocupa o cargo de diretora do Ilê Aiyê, além de artista plástica, responsável pelo figurino e coreografia do bloco.


Vivaldo Benvindo, filho de Logum Edé e ogan do Ilê Axé Jitolu, é diretor do Ilê Aiyê e um dos responsáveis pela coordenação das ações artísticas e culturais.


Hildemária Georgina estudou no Rio de Janeiro e foi funcionária pública. Filha de Oxossi, foi confirmada yalorixá, recebeu o deká em 2002, meses antes de falecer.


Hildelice Benta, filha de Oxalá, é diretora e professora da Escola Mãe Hilda Jitolu


Com a educação voltada aos valores da negritude, mãe Hilda cresceu em meio ao candomblé e à cultura africana. Aos vinte anos, foi iniciada na religião e, após dezesseis anos, recebeu o deká. Aos 29 anos, mãe Hilda fundou o terreiro Ilê Axé Jitolu, ao lado de sua casa, onde mora até hoje.


A primeira festa do ano é em homenagem a Oxalá, realizada no mês de janeiro. No mês de agosto, é comemorada festa para Obaluaê e, em setembro, a festa do caboclo Tupyassu.


Guardiã da fé e tradição africana


No carnaval de 2004, o bloco Ilê Aiyê homenageou mãe Hilda, com o tema “Mãe Hilda Jitolu: guardiã da fé e da tradição africana”, em comemoração aos 30 anos do Ilê.


Com 62 anos de iniciada no candomblé e mais de cem filhos e filhas-de-santo, mãe Hilda descreve todos esses anos um aprendizado com os orixás e uma vida de dedicação à religião e o sonho realizado de propagar a cultura afrobrasileira. “O axé é minha vida. É preciso ter fé nos orixás e isso eu ensinei a meus filhos desde cedo”, afirma. “Aqueles que são escolhidos pelos orixás devem seguir a religião, independente da cor, raça e sexo. É um presente de Deus”, completa.


Mãe Hilda e o Ilê Aiyê


O Ilê Aiyê – significa Casa dos Negros – teve início na casa de mãe Hilda, quando seu filho Antônio Carlos dos Santos – mais tarde, conhecido como Vovô do Ilê – decidiu criar um bloco afro. Dentro da residência, funcionava a diretoria, secretaria, salão de costura, recepção de associados e entrega de fantasias.


Hoje, a sede do bloco funciona próximo à casa de mãe Hilda, no Curuzu. É neste espaço que também funcionam a escola Band’Erê, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê e o convênio com o Projeto Axé.


Educação e Sociedade


Em 1988, mãe Hilda fundou a Escola Mãe Hilda Jitolu, com o objetivo de preservar os conhecimentos acerca da cultura africana, integrado ao compromisso social. A escola atende a alunos da primeira a quarta série, que aprendem o conteúdo do Ensino Fundamental e a cultura afrobrasileira, como os orixás, suas comidas e histórias. Aqui, em nome do Ilê Babá Omi e na figura de Babá Erick de Osalá presto homenagem à essa representante Jeje Mahi, baluarte da tradição africana no Brasil.

Ogã Rômulo de Oluaê

Na foto: Cortejo fúnebre em alusão à morte da yalorisá Hilda.

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